quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ADEUS, MEUS SONHOS!

                                                              


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia 
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!


Alvares de Azevedo

2 comentários:

  1. Sua poesia é muito triste mas também muito real.

    Quase todos nossos sonhos acabam morrendo, ou melhor, ou pior, sendo mortos por alguém, especialmente os sonhos de amor.

    Mas sempre há tempo de seguir em frente, buscar novos sonhos, viver novos amores.

    Grande abraço poético.

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    Respostas
    1. Era característica do autor mesmo, com a idéia em aproximar extremos, numa atitude tipicamente romântica, sabia fazer isso como ninguém.
      Obrigada pela visita.
      Frte abraço.

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Obrigada.